É preciso ter pra ser ou não ser?
Eis a questão
Ter direito ao corpo e ao proceder
Sem inquisição
A impostura cega, absurda e imunda
A quem convém?
Esta hétero-intolerância branca te faz refém
Esse mundo não vale o mundo meu bem
Esse mundo não vale o mundo meu bem
Grita a Terra mãe que nos pariu: Parou!
Beleza de natureza vã e vil, cegou
Ser indiferente ao ser diferente
É sem senso
Agoniza um povo estatisticamente, seu tempo
Na maneira, que for
Na bandeira, na cor
Colonizam o grão, as dores da estação
Somos massas e amostras
Contaminam o chão, família e tradição
Nossas castas e encostas
Essa tristura destemperada, nosso parecer
Esse mundo não vale o mundo meu bem